sábado, 11 de agosto de 2012

Será que existe vida após a morte?
Esta questão passa possivelmente pela cabeça de todos, em pelo menos um momento da vida e de forma geral podemos dividir as respostas em dois grandes grupos:

Os que acreditam que sim, independentemente de seguirem uma religião ou não e de como acham que será essa vida depois do fenómeno natural da morte e os que acreditam que não, este último grupo normalmente composto por ateus.

Olhando para estes dois grupos, ambos são compostos por crentes e nenhum deles consegue provar se existe ou não vida para além da morte, deste ponto de vista, embora em matérias totalmente opostas, são tão crentes os elementos do primeiro grupo como o do segundo.

Penso que este é um campo onde o espiritismo tem uma palavra a dizer.

Vendo bem, o principal estudo e consequente resultado que o espiritismo trouxe à humanidade anda mesmo à volta dessa questão, existe vida para além da morte? Se sim, como é que essa vida é? Que consequências tem o nosso dia a dia sobre essa suposta vida depois da vida?

Allan Kardec, homem de ciência do seu tempo, foi o primeiro a fazer um estudo sério, metódico e sistemático, começou por ser séptico, mas mais tarde, ao perceber que não estava perante uma fraude debruçou-se totalmente ao estudo do tema, o que deu origem à obra essencial para quem tem por objectivo perceber o que é de facto o espiritismo:

O que é o Espiritismo;

O livro dos Espíritos;

O livro dos Médiuns;

O Evangelho Segundo o Espiritismo;

O Céu e o Inferno;

A Génese;

E ainda poderemos considerar as Obras Póstumas

Para além destas obras, editou também a Revista Espírita entre 1858 e 1869, onde podemos encontrar igualmente matéria valiosíssima.

Mas neste campo e para quem tem interesse não se pode parar por aqui, muitos estudos se seguiram, tanto de espíritas como de não espíritas, alguns visavam perceber se o que o espiritismo defende teria algum fundamento, ou se seria fraude, ou ainda se os espíritas seriam loucos.

Destes podemos realçar (entre muitos), Sir William Crookes (1832-1919), reputado físico e químico com bastantes descobertas importantes para a ciência, decidiu em dado momento da sua vida estudar os fenómenos mediunicos, muitos aplaudiram a sua decisão, os seus admiradores afirmaram que agora sim, agora ia-se verificar sem margem para dúvidas que o tema não tinha ponta por onde pegar e que todos iriam ser desmascarados, ao fim de uns anos quando publicou o resultado das suas investigações (tão rigorosamente controladas que por vezes roçam o fisicamente intolerável para o médium), foi a decepção geral, afinal o reputado cientista chegou a uma conclusão oposta do que era esperado e nesse caso... maioria da malta ignorou-o.

Ian Stevenson (1918 – 2007), médico psiquiatra, estudou cerca de 3.000 casos de crianças que se lembram de vidas passadas, deixou um vasto trabalho muito bem documentado. Sempre muito cauteloso, os resultados ainda assim impressionantes, sugerem que não só existe vida para além da vida, bem como reencarnamos várias vezes.

David Fontana, um dos mais reputados cientistas da actualidade no Reino Unido, vice-presidente da Society for Phisical Research, dedica-se à investigação no campo da sobrevivência (sugerimos fortemente a leitura desta entrevista realizada pelo José Lucas para o Jornal de Espiritismo) e também defende a continuidade da vida, depois de anos de pesquisa com médiuns, para ele a morte não existe.

Gostaria também de abordar a Dr.ª Gláucia Lima, psiquiatra e psicoterapeuta, tivemos oportunidade numa das Jornadas de Cultura Espirita que decorre todos os anos em Óbidos, de assistir a uma apresentação com parte das conclusões de um seu trabalho de investigação (se não estou em erro, realizado com uma bolsa da farmacêutica Bial) em que se propôs estudar médiuns de vários centros espíritas portugueses, nessa investigação verificou que os médiuns que estudou não sofriam de nenhuma patologia física ou psicológica e também não estávamos perante nenhum tipo de fraude...

Só isto já deveria merecer a atenção da comunidade científica para realizar estudos sérios e investigações exaustivas, mas parece que tudo o que fuja ao paradigma materialista é visto com desconfiança, desdém, ironia e é até motivo de chacota!

Ainda assim e em bom rigor, mesmo com os vários exemplos descritos neste post, não existem por ora provas científicas de que existe vida para além desta vida, o que existe e com muita abundância são muitas e muitas evidências (ver outros exemplos no nosso menu de categorias na etiqueta evidencias cientificas).

Para algumas (poucas) pessoas de ciência e para os trabalhadores de centros espíritas a vida para além da morte é uma certeza, não por crença, mas por factos com que lidam no dia a dia, quantos aos outros, ficamos a aguardar por mais investigações independentes que chamem a atenção das massas, e se no futuro algum ponto que a doutrina espírita defende for deitado por terra com uma descoberta científica, faremos como Allan Kardec sugeriu, abandonamos esse ponto e seguimos a ciência... de 1857 até hoje, tal ainda não aconteceu.

Nota: ao longo deste post menciona-se muitas vezes estudos com médiuns, realçamos que mediunidade e espiritismo não são a mesma coisa, sugerimos a leitura dos posts Perguntas e respostas sobre mediunidade – 1 e Perguntas e respostas sobre mediunidade – 2.

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